quarta-feira, 9 de setembro de 2020

Bebê está sentado, e agora?



Quando chega a notícia de que o bebê está sentado, pensamos logo: e agora? O que fazer? Como resolver o problema? E assim passamos a encarar o bebê que senta como "algo que tem que ser resolvido". O nascimento de bebês pélvicos acontecem desde que o mundo é mundo, e não há problema nenhum nisso! Mas isso é assunto para outro post. Hoje vou me concentrar no gestar do bebê pélvico e não no parir o bebê pélvico.

Bom...a partir da notícia, começamos a buscar por soluções, exercícios, movimentos, acupuntura. Inversões e versões começam a fazer parte da nova realidade que se apresenta. Novos planos começam a ser traçados: a possibilidade de uma cesárea, a busca por uma equipe que atenda partos pélvicos.

E nos perguntamos: o que este bebê que senta quer nos dizer?

Sinto que este bebê quer dizer sim muitas coisas. Será que estamos dispostos a escutar? Estamos dispostos a dar-lhe espaço e liberdade para que ele faça seu mergulho?

Quando digo espaço, me refiro a espaços físicos, no ventre da mãe e também me refiro a espaço emocional. E quando me refiro a espaço emocional, não é somente sobre a mãe; e sim sobre mãe e pai.

Abrir espaço emocional para um bebê fazer seus giros e mergulhos é permiti-lo se expressar. Permiti-lo ser sua natureza mais plena e sábia. É não querer forçá-lo a responder a impositivos comandos.

Podemos sim, conversar com nossos bebês e procurar compreender o que ele quer dizer. A razão de ele não estar neste momento ( que não é eterno) confiante para "mergulhar de cabeça" na vida.

Existe um conceito oriental sobre a força que gosto muito, diz que a não utilização da força é capaz de permitir a expressão natural e genuína do movimento.

Não sou contra os exercícios e técnicas que incentivam o bebê a virar e também não acho que se deva ficar sentada no sofá esperando isso acontecer. Não se trata disso. Trata-se da maneira como se irá utilizar essas técnicas.

Portanto, quando um bebê está pélvico, não precisamos "resolver o problema do bebê pélvico" e de maneira ansiosa, usar de multi técnicas forçando sua virada, focando somente no nosso desejo que ele fique como queremos. A sugestão é que ao invés de planos e técnicas que nos adiantam para o final da história, que tal viver todo o caminho, viver o processo integralmente. Minha sugestão é VIVER o bebê pélvico e aprender com ele, antes de encará-lo como algo a ter que ser resolvido.

Por Fabiana Higa- Parteira




 

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