quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Virou notícia nos principais jornais da cidade!



Relato de uma doula:
Ela tem 16 anos, não ouvi um grito, só alguns gemidos e duas lágrimas na fase de transição. No penúltimo toque, 8 de dilatação... 40 minutos de deambulação, posições, movimentos na bola, chuveiro , massagens, respirações e os puxos vieram. Natália, corajosa, segura e entregue. Pariu seu filho João Vitor, num parto tranquilo, humanizado. Assim nasceu o primeiro bebê num parto humanizado de cócoras, atendimento SUS, na Maternidade da Santa Casa. Mamou na primeira hora de vida. Vigoroso, pega perfeita! Parabéns Natália e Walace. Parabéns Santa Casa. Parabéns equipe! Bem vindo João Vitor! Muito leite de peito para você!! Beijinho desta doula cheia de ocitocina!!!"


sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Carregadores, sling, wrap, pouch....para todos os gostos


Selecionei algumas fotos do arquivo pessoal, para ilustrar os diferentes tipos de carregadores




SLING DE ARGOLA, TAMANHOS VARIADOS, PARA SE ADAPTAR À MÃE OU PAI

Sling de argola , que pode ser ajustado com bebê no colo
Pode colocar o bebê deitado, sentado de frente, sentado de costas.



POUCH





WRAP




SLING ARGOLA NOVAMENTE COM BEBÊ EM OUTRA POSIÇÃO




YAMU
Carregador tipo Mochila, vou colocar outra foto emprestada da top model...que aparece melhor..




Apendeu?


Atendimento Pós- Parto com Consultoria em Amamentação, Doula Pós Parto, Auxílio no Uso dos Diferentes tipos de Carregadores de bebês. Agende seu horário!!


quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Parto Normal após Cesárea, é possível?

Cada vez ouve-se mais e mais o termo VBAC- uma sigla de origem inglesa que significa Parto Normal Após Cesárea

Ultimamente estou recebendo diversas perguntas e questionamentos de mulheres que tiveram seus primeiros filhos por via cirúrgica, às vezes com indicação não necessária,  mas que por esta não ter sido uma experiência tão agradável, estão em busca de informação a respeito do parto normal após cesárea.


O primeiro questionamento é:

1- É possível?
Sim, é totalmente possível, existe respaldo científico por trás desta decisão, além das experiências de mulheres que tiveram seus partos normais depois de 1, 2 ou até 3 cesáreas ( coincidentemente, ontem estive com uma gestante na Santa Casa, que teve seu parto normal após cesárea. Depois do nascimento do seu filho,  já tomou seu banho sozinha e estava se sentindo muito bem).

2- Quais são os riscos?
Como informação é tudo, vamos aos dados: Dra Andrea Campos, obstetra em São Paulo, relata que “Os benefícios do  parto normal mesmo após uma cesárea são maiores que os riscos de uma outra cesariana”.
Ela diz muitas mulheres desistem do parto normal após cesárea por causa do alarde que é feito sobre o risco de ruptura uterina. Mas ela explica que este risco é de 0,5 a 1%. Ou seja, é um risco baixíssimo.

3- Quais os riscos de uma nova cirurgia?
Existem também os riscos em se repetir a cirurgia, pois a cesariana é considerada uma cirurgia de grande porte.Segundo Dra Melania Amorim, obstetra em Campina Grande, alguns riscos são: complicações imediatas, como lesão de bexiga, hemorragia e histerectomia, e complicações tardias como dor pélvica, placenta prévia, acretismo  placentário, dentre outras.

4- Onde estão os estudos que comprovam e justificam estes dados?
Estas referências foram descritas pela Dra Melania, em seu blog: http://estudamelania.blogspot.com.br/2012/08/estudando-vbac-1-experiencias-de-vba3c.html

1. Cragin EB. Conservatism in obstetrics. NY Med i 1916;104:1-3. 
2. FlammBL. Vaginal birth after cesarean: Controversies old and new. Clin Obstet Gynecol 1985;28:735-43.
3. Flamm BL, Newman LA, Thomas Sj, Fallon D, Yoshida MM. Vaginal birth after cesarean delivery: Results of a 5-year multicenter collaborative study. Obstet Gynecol 1990;76:750-4.
4. Phelan JP, Clark SI-, Diaz F, Paul RH. Vaginal birth after cesarean. Am J Obstet Gynecol 1987;157:1510-5.
5.
6. Dodd JM, Crowther CA, Huertas E, Guise JM, Horey D. Planned elective repeat caesarean section versus planned vaginal birth for women with a previous caesarean birth. Cochrane Database Syst Rev. 2004 Oct 18;(4):CD004224.
7. Tahseen S, Griffiths M. Vaginal birth after two caesarean sections (VBAC-2)-a systematic review with meta-analysis of success rate and adverse outcomes of VBAC-2 versus VBAC-1 and repeat (third) caesarean sections.BJOG. 2010 Jan;117(1):5-19.


5- A mídia já tratou deste assunto?
Sim, a Folha de São Paulo, publicou a história de Amanda, que teve seu quarto filho em um parto natural após três cesáreas anteriores.
Segue link: http://maternar.blogfolha.uol.com.br/2013/09/12/parto-normal-apos-cesarea-sim-voce-pode/

Fátima Bernardes entrevistou Vanessa, que passou pelas duas experiências e dá seu depoimento:
http://tvg.globo.com/programas/encontro-com-fatima-bernardes/videos/t/videos/v/gestante-ja-experimentou-os-dois-tipos-de-partos/2495613/

No documentário O Renascimento do Parto, o casal Andrea Santa Rosa e o ator Marcio Garcia, relatam suas experiências em diferentes contextos de nascimento de seus filhos.
http://www.youtube.com/watch?v=3B33_hNha_8


É possível! Converse com seu obstetra, doula, converse nos grupos de gestantes!


quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Oficializando parceria com a Santa Casa de Votuporanga


É com imensa alegria que oficialmente anuncio a parceria entre Santa Casa de Votuporanga e Bem Gestar


Para quem acompanha o Bem Gestar, o blog, a trajetória e ideais que sustentam nosso trabalho, sabe que sempre falamos sobre a humanização do nascimento ser para todos. Sem elitizar, sem discriminar. Sem falar em menos empoderamento ou mais empoderamento. Postamos aqui exemplos de partos em maternidades privadas, em domicílios, mas também falamos e mostramos o trabalho que há tempos vem sendo feito na rede SUS ( Sistema Único de Saúde). Através de iniciativas como o Hospital Amigo da Criança e Rede Cegonha.
O Bem Gestar possui também este know-how, que foi adquirido no envolvimento em trabalho voluntário com atuações de doula comunitária.

Assim, os passarinhos semeiam, e estes mesmos passarinhos também observam com alegria o desabrochar de novas mudinhas de humanização a cada destino, a cada pouso.

Quanto mais fértil a terra, mais condições para estas sementes se desenvolverem de maneira exuberante.
Exatamente isto foi o que se iniciou nestas últimas semanas na cidade de Votuporanga.
Encontramos uma Santa Casa comprometida, com lideranças atuantes e engajadas com a humanização.
Nos reunimos com diferentes lideranças dentro da instituição e todas elas se mostraram decididas e comprometidas com a mudança de paradigma do nascimento dentro deste importante núcleo de assistência a saúde da região e único na cidade a atender em maternidade pelo SUS.
No último dia 05 de Novembro, Santa Casa, Bem Gestar e representantes do Programa Primeiríssima Infância, ligadas as Secretarias da Educação e da Saúde, se reuniram para oficializar esta parceria. Mais do que uma ata e um documento, este momento veio para selar a união entre estas instituições num ideal maior.
A cada dia para mim fica mais claro que a humanização do nascimento passa por estas sutileza: a união. A humanização do nascimento é possível, é realidade, é coerente com a promoção da saúde, a qualidade de vida. É direito da mulher como cidadã. É direito da família.

Portanto, gestantes e futuras mães de Votuporanga: procurem pelo programa, pelos grupos de gestantes, informem-se! Doula na assistência neonatal em Votuporanga é REALIDADE!









quarta-feira, 18 de setembro de 2013

3 anos de Nina, 2 anos de Bem Gestar

Hoje, dia 18 de Setembro de 2013, Nina, minha segunda filha, completa 3 anos.

Foi o dia em que abracei a causa de coração e  "útero", o dia em que algo mudou no meu corpo e minha alma que me fizeram sentir: "as mulheres podem ter um dia do nascimento lindo e empoderado, é por isto que vou lutar"
Claro que Luana, a primogênita foi a alavanca da humanização na minha vida, mudou, sim, demais....mas foi com Nina que a humanização ganhou maneira de expandir, além da minha casa, através das minhas mãos.

Nina nasceu em Fortaleza. "Coincidentemente, no dia 18 de Setembro, um ano depois, nascia em Aracaju, o Bem Gestar!

Vou postar o relato do parto da Nina ( inédito aqui no blog), um presente do Bem Gestar para as Bem Gestantes, as Bem Tentantes e Bem Paridas!!

Este relato foi escrito pela jornalista e terapeuta reichiana Claúdia Rodrigues, que estava na cidade para dar um curso e aterrizou lá em casa na hora do parto!



Comentário da minha doula Kelly, do Ishtar Fortaleza:



No dia 18/09/10, às 02:10, poucas horas antes de workshop Inscrições Corporais, Fabiana Higa, pariu sua Nina na tranquilidade da sua casa, acompanha do marido Rodrigo, da primogênita Luana, da equipe do Ishtar Fortaleza e com a presença especial de Cláudia Rodrigues.

O parto aconteceu após 2 dias de pródromos e aproximadamente 8 horas de trabalho de parto ativo, na banquetinha e o melhor de tudo: com direito a PERÍNEO ÍNTEGRO!



POR SORTE E MERECIMENTO- Cláudia Rodrigues



Tami e eu sempre brincamos sobre o sentido das coisas serem por sorte ou merecimento e quase sempre a conclusão é que são 50% a 50%. De alguma forma foi muita sorte para mim Fabiana Higa parir na madrugada de sexta para sábado, ter entrado em TP assim que o avião em que eu estava aterrissou no aeroporto Bento Martins, em Fortaleza. O merecimento já faz parte do sagrado, mas intuo que mereci. Havia chegado fazia pouco mais de uma hora, ainda calçando botas e uma fina blusa de manga comprida, Kelly e eu às voltas pelo centro da cidade a fim de localizar um material indispensável ao Inscrições Corporais e que me recuso a carregar: papel pardo que meça mais de 1,50cm de largura. Kelly preocupada com o horário, já vestida para dar sua aula na faculdade de Direito, quando Fabiana ligou convicta de que estava em TP e não mais em pródromos. Começamos a rir sobre a coincidência, Kelly passou o telefone para mim. Fabiana estava calma, mas certa de que era TP, contrações de cinco em cinco e sim, ela queria que eu fosse, afinal vínhamos conversando por skype nos últimos meses ocasionalmente e nas últimas semanas mais constantemente. Fabiana engravidou logo depois de 12 de dezembro, por coincidência após o workshop Gravidez, Parto & Simbiose e nos últimos dias, já inscrita para o Inscrições Corporais, nutria a idéia de que Nina esperaria o workshop para nascer só depois. Brinquei com ela que como estava “pronta” poderia fazer os exercícios mais puxados, não havia risco de parto prematuro. Nossa fantasia, aparentemente, era um encontro no workshop, mas de qualquer maneira eu pensava em visitar Fabiana caso Nina nascesse antes do dia 18. O que não imaginamos jamais foi que Nina nos reuniria para seu nascimento. Essa foi a única hipótese que não nos ocorreu.

Quando Kelly e eu conseguimos chegar à casa de Fabiana , por volta das 20,30h, Bárbara, a obstetra mais parteira de Fortaleza, já estava lá com seu rosto luminoso, seu corpo leve, ágil, de quem corre vários quilômetros por dia, assim como Socorro, amiga de Fabiana, militante e doula, estreante na prática a presenciar seu primeiro parto. Luana, filhinha de dois anos de Fabi, estava elétrica sentindo o movimento e inicialmente só aceitava a tia Socorro ou o pai, Rodrigo. Depois de algum tempo aceitou a mim também, mas esteve difícil para a pequena separar-se da mãe para dormir. Fomos revezando com Rodrigo, que era a cia favorita da mãe e da filha e que nunca, em nenhum momento, negou seu total investimento emocional a qualquer delas, mesmo não podendo virar dois.Fabiana, apesar de já estar com dilatação quase total, conseguia relaxar completamente mesmo durante as contrações sempre vocalizando com suavidade na expiração. Como ela aceitou minha presença ofereci um exercício de respiração e implantação dos pés a fim de intensificar o processo. Ela aceitou e percebeu que deu certo. Certo demais, dolorido demais. Ela voltou a respirar mais contidamente, mas não era uma contenção do tipo que trava, ela nunca deixava de vocalizar na expiração e sempre, durante todo o TP encontrou em Rodrigo amparo para soltar a pelve. Nunca espremeu-se, nunca apertou a pelve e nem elevou os ombros ou arregalou os olhos. Para regular o medo desintensificava a respiração e com isso conseguia atenuar a sensação das contrações, mas sem parar o processo, Nina estava descendo, a cada ausculta estava mais e mais baixa.
Começou a avançar a noite e o cansaço tomou conta da pequena Luana, já não servia mais divertir-se com tia Socorro e mesmo com Rodrigo estava sensível pedindo pela mãe. Fabiana tentou segurá-la entre uma contração e outra, mas isso não poderia, de qualquer maneira, continuar noite adentro.
Finalmente Fabiana decidiu chamar Aninha que a ajuda nos afazeres domésticos e nos cuidados com Luana. Rodrigo veio resolver com ela, alcançar o telefone, e fui para o lugar dele na cama com Luana; ensinou-me a colocar a mão nas costinhas dela, que isso a manteria serena. Deu certo, adormeci junto. Acordei com Aninha me olhando a dizer que estava ali para ficar com Luana.
Fabiana estava saindo da água com muito frio. Um daqueles momentos difíceis em que toda mulher quer esquecer que está em TP, que se meteu nessa encrenca. Ajudei a secá-la, trocar a roupa, as meninas trouxeram uma camiseta quente, cobrimos seu corpo com uma colcha e então estava assim um pouco mais confortável: pronto Fabiana, você tem o direito de esquecer que está em TP, curta esse calorzinho, beba essa água, vamos deixar tudo parar, o mundo parar, nem que seja por uns instantes.


Bárbara, Kelly, Socorro e eu ficamos na varanda e deixamos Rodrigo e Fabiana no sofá. Alguns minutos depois eles estavam em pé, Fabiana numa sábia posição pendurando-se nele de maneira a soltar mais a pelve. Que intuição, que conhecimento do próprio corpo! Diante da dor das contrações, ela buscava alívio soltando a pelve. Melhor impossível, mesmo quando ela desintensificava a respiração, apesar de eu ver ali um esticamento do processo, era tão nítido que atenuava a dor e então ela me olhou e disse com todas as letras que não queria aumentar a dor e nem “cavar” mais contrações. Todas rimos. O clima alegre era constante, Bárbara fazendo café, depois assaltamos a geladeira incentivadas por Fabiana. E tivemos as broncas! Fabiana não queria que a gente se divertisse demais a ponto de desconcentrá-la e vez por outra, fazia: tschshsh, mas um tschschs bem forte e ficávamos todas em silêncio. Ela não queria música, nem barulho excessivo, ela mandava na gente, em todos nós e nós corríamos para obedecer àquela pessoa extremamente doce, que gemia entregue com doçura a cada contração e que em nenhum momento perdeu a conexão com seu corpo. Nem mesmo segurando Luana entre uma contração e outra, nem mesmo quando falou com Aninha ao telefone: “venha Aninha, por favor, a Luana está precisando de você aqui agora”. Se alguma parturiente pode ser chamada de empoderada, essa palavra esquisita tão utilizada pela militância, essa mulher é Fabiana Higa.
E aí, por volta das 2h estávamos lá, depois de uma ausculta na banqueta, tudo perfeito, dilatação total, bolsa ainda íntegra, Bárbara pergunta sobre o desejo de expulsar, Fabiana diz que não tem puxos, que não vai fazer força porque não vieram os puxos. Bárbara vai esperar no sofá lá atrás discretamente, pacientemente, Socorro e eu na parede ao lado, Kelly preparando a pimenta para o chá. Fabiana estava respirando muito curto para virem as expulsivas, sugeri a ela ampliar a respiração, ela aceitou, aceitou que eu me aproximasse, fui a seus pés, coloquei-os em posição mais implantada, ela voltava a respirar mais curto, eu insistia com o máximo de doçura que me era possível, ninguém merece uma vaca dizendo como devemos respirar nos minutos finais, mas para mim estava claro que os puxos não vinham porque a respiração estava curta. Ela encarou e depois de três respiradas bem cavadas veio o primeiro puxo e pelo som que ela fez Bárbara logo percebeu e se aproximou, assim como Kelly. Continuei incentivando a respiração profunda, Bárbara mostrou algo técnico para Kelly com a luzinha (não entendi bem) Fabiana também não, perguntou o que era. Elas falaram que estava tudo bem, Bárbara sugeriu romper a bolsa, Fabiana pediu para esperar a contração passar, Kelly ofereceu o chá, ela bebeu dois goles, eu disse que o bebê estava vindo, que ela continuasse respirando, que agora faltava pouco. Fabiana falou que parecia que não ia sair, nós sorrimos, pedi que continuasse respirando fundo, sem medo; ela lembrava e respirava de novo profundamente e vinha outra expulsiva, mas não forte o bastante. E então Bárbara rompeu a bolsa e muito rapidamente veio uma contração expulsiva que emendou-se com outra e Nina começou a surgir. Fabiana pediu pano morno, pano, pano!
Kelly trouxe, Bárbara sustentou a cabecinha e o corpo veio rapidamente. E ali estavam os três emocionados. Era nossa hora de dar uma sumida para a varanda para que eles curtissem a vigorosa filhota. Um parto natural sem laceração! Hoje ela falou comigo e disse que está de mini-short e com leite a perder de vista.
Lá fora a noite morna do Nordeste, sob o suave balanço das folhas de uma imigrante chinesa chamada Nim, estava estrelada. Para quem vem de um fim de inverno no RS, esse tipo de sensação, de poder colocar os pés no chão sentindo apenas calor, nada mais do que calor, já é o paraíso.




Depois de todas aquelas emoções, daquela honraria de poder acompanhar um nascimento é até para cética crer em Deus ou pelo menos em humanos mais humanizados: Nina, muitísimo grata, existem muito mais mistérios do sagrado que coincidências na tua chegada; Fabiana, gratidão eterna a você, por sua confiança e abertura num momento tão íntimo para uma quase desconhecida. Luana, nunca esquecerei que você quando acordou após o parto para comemorar a chegada da Nina, me chamou de tia Cláudia, você foi demais naquele momento em que sentiu que o bicho estava pegando e mandou seu pai te deixar na cama e ir para a sala cuidar da mamãe, foi muito papo firme, a melhor amiga da mãe e da irmã, a primogênita assumindo seu lugar no clã. Rodrigo, você é o cara, você é o cara, você é o cara. Quantos homens nesse mundo são capazes de sensibilizar-se assim, de ter a casa invadida por um bando de mulheres, de conseguirem se sair bem sendo tão requisitados emocional e fisicamente como você?
Socorro nós fizemos uma bela dupla de doulas sobrantes, como você nos apelidou, e fomos até úteis na medida do possível. Lembra daquele momento ali acocoradas na parede? Parecia que nós é que íamos parir! Adorei os momentos de intimidade com você.
Bárbara você tem a força, tem a luz. Num primeiro momento parece que é pelos olhos, pela loirice germânica, pelo leve sotaque de estrangeira. Depois parece que é pela elegância, a suavidade, a leveza do seu corpo, mas é algo além, é arte, você é artista na profissão de obstetra. E o que era seu rosto normal, igualmente suave no dia seguinte no workshop? Fiquei tão grata por você ter ido, afinal havia passado a noite em claro e tem os filhos crescidos, já longe da fase que estudamos no Inscrições. Fortaleza que te segure e te assegure toda prosperidade que mereces.
Kelly, muito obrigada por tudo, pelo teu sorriso, as trapalhadas de perder as chaves erradas nas horas certas, as questões todas, os papos filosóficos, o seu lugar impecável de anfitriã e saiba que quanto mais você acha que vai surpreender para o mal, mais admiro você, mais você me surpreende para o bem.  
Com muito amor e por partes, logo trarei as novidades do workshop. Sim, ocitocina funciona como Reativan (sic) no dia seguinte. Não deixei nem o povo lanchar!

Oficina de Pós Parto!

Discussão girou em torno dos sentimentos na fase do puerpério, as mudanças pessoais e sociais que aparecem. Uma das maneiras tão agradáveis de vivenciar com prazer este momento são as rodas de mães, o slingar e dançar com o bebê!!


Gratidão as facilitadoras Eleonora de Moraes e Helena , Despertar do Parto- Ribeirão Preto

Bem Gestar presente!


No último final de semana, de 13-15 de Setembro, Bem Gestar esteve presente, em São Carlos no Congresso de Humanização, UfsCar. Evento que reuniu profissionais da Humanização de todas as regiões do Brasil. Entre obstetras, enfermeiras, obstetrizes, fisioterapeutas, doulas e estudantes. Na programação: oficinas, palestras, vídeos, discussões sempre embasadas por revisões sistemáticas, da MBE ( Medicina Baseada em Evidências). Um evento de nível altamente científico, no entanto, conduzido por mãos calorosas e femininas de parteiras urbanas e cuidadoras. Sensação do casamento entre a ciência, do que há de mais novo em termos de pesquisas e revisões publicadas com o acolhimento e sensibilidade feminina. Parabéns aos idealizadores e organizadores, excelência em qualidade!

terça-feira, 25 de junho de 2013

domingo, 7 de abril de 2013

Exemplo de atendimento humanizado no Sistema Único de Saúde- SUS


Quando se fala em parto humanizado, algumas pessoas tendem a pensar que porque o tema está nas grandes mídias, este é um tipo de parto " novo", " moderno" ou " elitizado".
Não, o parto normal em si é um evento ancestral, não tem nada de novo. A humanização não é algo de hoje, há algumas décadas vem sendo tratada e implementada em diversos países , inclusive no Brasil. E também não é elitizada pois está acessível a qualquer família que queria se informar e lutar pelos seus direitos de nascimento e reprodução.

No entanto, a dizer que é uma opção fácil, não, não é. Ainda não encontramos profissionais humanizados em todas as esquinas. Humanizar exige pesquisa, estudo, busca e empoderamento. Tanto dos profissionais, quanto dos casais.

Nesta postagem apresento exemplos de atendimentos no Sistema Único de Saúde- SUS


O Hospital Sofia Feldman, em Belo Horizonte- MG, é um dos exemplos de atendimento humanizado à gestante, parturiente e puérpera.


Trecho retirado do site:





Maternidade


Na Maternidade do Hospital Sofia Feldman, a equipe multi e interdisciplinar oferece atenção humanizada, buscando favorecer o estreitamento dos laços mãe, filho e família através de ações como:
  • o resgate da imagem do parto normal como uma forma prazerosa, segura e saudável de dar à luz;
  • o empoderamento da mulher pela conscientização de seus direitos;
  • o envolvimento do homem no processo de nascimento;
  • a valorização da presença de um acompanhante da escolha da mulher durante o trabalho de parto e parto;
  • a atenção da(o) enfermeira(o) obstetra;
  • a segurança e o apoio das Doulas;
  • a promoção do aleitamento materno;
  • a criação e a manutenção de uma rede de proteção social ao recém-nascido;
  • a internação conjunta para mães e filhos, sem berçário, em Alojamento Conjunto.

ALOJAMENTO CONJUNTO

No Alojamento Conjunto, o recém-nascido saudável, logo após o nascimento, permanece ao lado da mãe, 24 horas no mesmo ambiente, até a alta hospitalar. O Alojamento possibilita a prestação de cuidados assistenciais, permite a observação constante do recém-nascido pela mãe, oferece condições à enfermagem de promover o treinamento materno através de demonstrações práticas dos cuidados indispensáveis ao recém-nascido e favorece o intercâmbio psico-social entre a mãe, a criança e os demais membros da família.
Atualmente, a Maternidade possui de 60 leitos e atende a uma média de 800 partos por mês.

REUNIÃO DE ACOMPANHANTES

Reunião realizada, diariamente, pelo serviço social para trocas de experiências sobre a vivência de acompanhante, do processo do nascimento, do exercício da cidadania e discussão sobre as normas hospitalares.
______________________________________________________________________

Infelizmente este modelo de assistência AINDA não é realidade em todos os estados brasileiros, no entanto, o governo tem se mostrado cada vez mais atento a este tipo de atendimento humanizado. A Rede Cegonha é uma iniciativa do Ministério da Saúde, que tem justamente esta finalidade, através da implantação de mais centros de partos normais, capacitações e treinamentos de doulas e parteiras, bem como fiscalizar o cumprimento da lei do acompanhante ( lei federal 11.108).
No estado de Sergipe, em Aracaju, a Maternidade  Nossa Senhora de Lourdes, preparada para atender gestantes de alto risco, conta com projeto de doulas voluntárias. As doulas recebem treinamento para atuar desde o momento em que a gestante chega na maternidade, na ala de pré-parto, nos centros obstétricos e também no apoio à puérpera, pós parto e também no Banco de Leite que funciona em um dos setores. Veja reportagem.

Constata-se portanto que a humanização do nascimento existe na rede pública, sim.
Há mais tempo que imaginamos ( primeira turma de doulas capacitadas no Sofia Feldman foi em 2002).

Além destes dois exemplos de maternidades, no Brasil, ainda existem em alguns estados, as Casas de Partos ( São Paulo, Bahia).

Parto na água, pai acompanhante, Sofia Feldman- SUS

quinta-feira, 14 de março de 2013

Há um ano, chegou Inahú!

Por que levei um ano para relatar o nascimento de Inahú?
Ainda não tenho resposta certa. Desconfio que pela intensidade dos fatos. Pela noticia da minha mudança de Sergipe na mesma semana....e só de lembrar desta família, a saudade aperta....

Enfim, hoje, um ano depois, estou em TP do relato do nascimento da pequena grande Inahú.

Márcia e Thiago chegaram ao grupo Bem Gestar no ultimo trimestre de gestação. Vinham de longe, pegando um onibus na cidade vizinha: São Cristóvão. Casal informado, consciente. Tudo planejado para um tranquilo parto domiciliar.

Eis que na reta final, Márcia recebe a noticia de que sua parteira não mais viria de São Paulo. Desabou, chorou. Viu seus planos escorrendo pelas mãos. Passado este momento das lágrimas que são legítimas de quem está gestando e precisa liberar espaço emocional, enxugou seu rosto e retomou em SUAS mãos os planos e disse em alto e bom som: vou parir minha filha em casa, sim!
Resgatou a antiga tradição da família : mãe e tias parteiras.

Neste momento um novo cenário se fez. Muitos questionaram, inclusive eu.
No entanto, família, amigos e a doula aqui mostraram total apoio as decisões, pois Márcia inspirava e expirava confiança. Estava segura de si. Estava tão calma e tranqüila que impregnava todos a sua volta com tamanha determinação, força empoderamento.

Mas vale citar que em nenhum momento houve rigidez em seus planos. Ela mesma disse que a qualquer sinal de necessidade, estava disposta a ir para o local de emergência da cidade.

Numa terca feira, o bebê- sexo- surpresa começou a dar sinais de que chegaria em breve.
Tudo preparado.....piscina sendo enchida pelos homens: Thiago e o padrinho Sérgio.

A amiga fotógrafa Cris e a doula a postos. Márcia comendo frutas dadas na boca pela sua mãe -parteira, Dona Nina.

Respirações ficando mais intensas, contrações eficazes, posições diferentes, seu corpo era seu guia. Recorria aos cuidados e segurança de D. Nina. Rebolou na bola, foi para água, recebeu massagens, sempre apoiada e acolhida com carinho pelo companheiro Thiago. Ao avançar da madrugada, contrações mais fortes chegaram. Era a transição.
O mergulho em si foi nítido. Márcia naquele momento era instinto, fêmea, poder, natureza. Se colocou na posição que seu corpo pediu. Dona Nina já sabia.....em uma contração expulsiva vimos coroar a bebê! Mais alguns puxos , perineo sendo protegido, e estamos diante do momento em que o mundo pára para uma criança nascer. Nada mais existe frente ao milagre mais lindo que é a vida. O nascimento.
"É uma menina!", anuncia emocionada D. Nina.
Chegava Inahú, cordão umbilical laçado debaixo do bracinho. Uma manobra e a bebê vai para o colo da mãe. Menina forte, vigorosa, logo ficou corada, sentindo- se acolhida, amada e querida neste momento tão especial de reconhecimento.
Mãe e filha trocam olhares, reconhecem- se em seus cheiros e corpos pele a pele.
Laços invisíveis e eternos sao criados neste momento. Sensações que permanecerão sempre nas memórias de quem estava ali presente.

Foi assim que Márcia trouxe Inahú ao mundo. Foi a protagonista de sua história de parto. Aquela que se empoderou, bancou emocionalmente e estrelou no seu dia P. A equipe foi coadjuvante. Os braços e olhar de Thiago foram essenciais. A luz de Sergio acalmou e fortaleceu. D. Nina , a mãe e parteira era o porto seguro, como um colo! Cris, presença amiga de apoio e confiança.
Todos em harmonia plena para um nascimento digno, respeitoso, "humano". Assim como deveriam ser todos os nascimentos.

Devo dizer também que este dia foi um divisor de águas para mim. Inahu me trouxe uma semente para que eu desse um mergulho mais profundo na humanização. Estas três mulheres poderosas, D. Nina, Márcia e Inahú foram inspiração para que eu desse uma passo adiante no propósito do Bem Gestar.
E hoje, exatamente um ano depois, coincidentemente ou não, no dia 14 de Marco, freqüentarei minha primeira aula no curso de Obstetrícia da USP.

Feliz aniversario, minha riqueza.
Que sejas feliz e que continues saudável e esperta!
Márcia, sei que um dia compartilharemos momentos juntas.
Mesmo longe fisicamente, estamos unidas.
Gratidão e honra imensa e eterna.

Fabiana Higa
14 março 2013