sábado, 3 de dezembro de 2011

Bem Vindo, Pedrinho!


Dia de gratidão e celebração!



Nasceu ontem, dia 02 de Dezembro, sexta-feira, Pedrinho, o primeiro bebê Bem Gestar de Aracaju!


Estamos em festa!






Foi um parto natural hospitalar na Clínica Santa Helena, na capital Sergipana.


Parto na banqueta, sem lacerações, sem cortes, sem pontos.





















Daniela chegou ao grupo em seu sétimo mês de gestação e em sua participação disse algo que me lembro até hoje: ela falou das Mulheres que Correm com os Lobos ( se referindo a um livro com este título). Me falou dessa busca pelo feminino existente dentro dela.


















Ontem, no dia de seu parto, Dani se mostrou a loba, a qual se referiu naquele nosso primeiro encontro.







A loba, feminina, mulher entregue e corajosa. A mulher que sente a vida, pede colo, se coloca no colo, segue em frente, enfrenta, grita, sua, e pari. Naturalmente, lindamente....segura de si, dona de seu corpo, senhora do nascimento de seu Pepê....foi essa a nossa protagonista da história de ontem.







Pedrinho, nasceu grande, ativo, com vitalidade emanando por todos os poros.

















E a energia de luz que se instalou naquele quarto, dava para ser percebida em cada sorriso de cada um da equipe, da família e dos visitantes. A felicidade se espalhava pelos corredores desde a face de Daniela. Linda, suada, parida e feliz. Realizada, nasceu uma mãe. Nasceu um bebê que foi aconchegado no peito , mamou na primeira hora, teve uma tia doula presente em todos os momentos!






Este bebê uniu e ensinou muita gente, encantou e encantará a muitos nesta vida a fora!




Dani e Pepê, desfrutem de boa e gostosa lua de leite,



Tatiana e D. Elusia, vocês são anjos em forma de mulheres


Toda equipe : G.O., enfermeiras, neonatologista, foram sincrônicos, perfeitoss em sua atuação consciente e permeada de respeito.

Enfim, é neste clima de imensa felicidade que parabenizamos toda família e nossa grande e poderosa mulher que corre com os lobos!


texto por: Fabiana Higa, doula

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Encontros do mês de Dezembro



Para encerrar o ano com chave de ouro, teremos, neste mês de Dezembro, convidadas mais que especiais, compartilhando suas histórias de partos naturais!


Nos encotnramos neste próximo sábado, dia 03- Dez, as 9 hs, no mesmo local: Escola Estadual Augusto Maynard, em frente ao colégio Arquidiocesano.

Doulas de doulas!



Em sua visita recente ao Brasil, depois de passar por algumas cidades como São Paulo e Florianópolis, Ana Paula chega em terras quentes nordestinas.




O espaço Bem Gestar esteve presente no workshop minsitrado por Ana Paula Markel, na cidade de Salvador no último dia 19 de Novembro.






O curso para doulas avançado foi intenso e profundo. Recheado de experiências, sabedorias e trocas entre as participantes.










Uma honra poder participar e con-viver com esta mulherada poderosa do bem!


























Ana Paula Markel é brasileira, vive em Los Angeles desde 1999 e atua como doula e educadora perinatal.


É bastante requisitada para acompanhar os partos de algumas celebridades em sua cidade. Ontem mesmo, saiu uma reportagem sobre seu trabalho no site Folha.com, onde ela fala um pouco sobre o trabalho da DOULA!












segunda-feira, 28 de novembro de 2011

A não resistência

Estava lendo este texto, publicado em yourbirthcoach.com.
Achei que tem a ver com um dos temas que tratamos recentemente, a dor do parto.
Para quem não quiser ler em inglês, é possível acionar o tradutor do navegador.




Realxing Through Contractions

Posted on November 25, 2011 by Dr. Nancy

“Could you please explain more on what you mean by “not resisting” and what you said regarding “getting into” the contraction. I would love to know so that I could explain it to my clients and cope through it myself when my own time comes. Thanks in advance -Danielle ”
What do you mean by not resisting contractions?
We have been taught that contractions are a negative feeling and to expect them to be painful. This expectation leads us to tensing our body and resisting the sensation because we are afraid to feel the pain. This resistance is what creates pain.
Ina May Gaskin described contractions in a way that really helped me. She said something to the effect of: “Contractions are an intense sensation that takes all of you to stay on top of.”
When I say childbirth does not need to be painful it doesn’t mean that it is not intense, it just doesn’t have to hurt. It is all consuming, something that takes over all of who you are in that moment.
When you are in labor your contractions build and subside like a wave with a peak in the middle. It isn’t full intensity the whole time. Often when you feel the sensation of a contraction coming on the initial response is to tighten up because of the fear of the intensity at the peak. In an attempt to control it we actually create the discomfort we are afraid of.
The reaction could be tensing your mouth, forehead, shoulders, hands, or pelvic floor. When you feel yourself doing that, consciously try to let that tension go and let everything be loose.
I felt this in my third birth as needing to hang on my husband and let my bottom be heavy. That is the best way I can describe it. I needed to hang, let my bum drop without using my pelvic muscle. I needed to do that to relax all those muscles and not resist the sensations. This is why freedom of movement and positioning is so important to keep childbirth pain free.
The lead up to the full intensity of the contraction gives us the opportunity to have that initial reaction and to let go of it before the intensity builds. If we are successful in letting go of that tension, letting the sensation take over without reacting to it, we will be relaxed as the intensity of the contraction passes over us. The key is letting it wash over you and accepting the sensation instead of trying to control it.  When you are relaxed through the peak of the contraction the sensation is manageable.
Visualization helps. I used a couple of visualizations while I was in labor. I love swimming in the ocean when there are big waves. I love to dive into the wave so that I can feel the wave wash over my body head to toe and can feel the wave ripple over me. I found that when I relaxed into my contractions it felt very much like having that wave ripple through my body from top to bottom and then it would be gone until the next wave came.
When I reached pushing stages I visualized getting out of the way. The baby knows how to get out and I had to not stop it. I focused on my baby moving through and seeing myself expand and get out of the baby’s path. I saw in my mind my pelvic bones expanding and getting out of the way. I was trying to take myself out of the equation. Get out of the way, get out of the way, was what I would say in my head.
Labor is a fine dance between control and surrender. Controlling the reaction to tense up so you can surrender to whatever sensation that moment will bring. Vocalization also helps to release tension and an open mouth leads to an open pelvis.
If you are the support person and you see a laboring mom tensing any part of her body, gently remind her to release the tension in that area without bringing her into conscious thinking. This may mean touching her in the location, so just placing your hands on her shoulders or saying something like “let your shoulders melt”. Always phrase things as what you want her to do, not as a question or in the negative because this will require conscious thought to process. Say “relax your forehead” instead of don’t tense your forehead. “Open your hands”, “drop your jaw”. Speaking in tones that are calm and rhythmical can help. I liked my husband almost chanting, “relax your forehead, relax you jaw, relax your shoulders, relax your forehead, relax your jaw….” Until I was obviously relaxed all over. This talking needs to almost become like background music where she can choose to tune in or not, this is not a conversation in her conscious mind, not an abrupt shouting of instructions.
What I like to remind women of is that labor cannot be bigger than you because YOU created it. It is YOUR power that you are experiencing.

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Celebração da Vida!

Estamos em festa!

Neste último sábado, dia 29 de Outubro, Rachel, uma de nossas doulas colaboradoras do espaço Bem Gestar, deu á luz, naturalmente, no aconchego gostoso de seu lar a Lorena. Sua terceira filha, foi aqui mesmo em Aracaju, num parto domiciliar.

É com grande admiração e respeito que parabenizamos toda a família.

Que a pequena Lorena seja abençoada e rodeada sempre de luz e amor divinos.


Rachel é uma de nossas referências, mostrando que nós mulheres, podemos sim, protagonizar o nascimento de nossos filhos e que este pode ser um momento natural, digno, especial e humano.


Seja bem vinda Lorena! Xerinho de todas nós do espaço Bem Gestar!
Uma longa e doce "lua de leite" para vocês!

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Evidências Científicas

Para quem deseja pesquisar e se informar mais em  EVIDENCIAS MÉDICAS, a respeito do parto como evento fisiológico natural do corpo feminino, seguem abaixo links com artigos publicados no site Guia do Bebê pela Dra Melania Amorim.

Melania Amorim possui graduação em Medicina pela Universidade Federal da Paraíba (1989), residência médica em GInecologia e Obstetrícia pelo IMIP (1992), mestrado em Saúde Materno Infantil pelo Instituto Materno Infantil de Pernambuco (1995) e doutorado em Tocoginecologia pela Universidade Estadual de Campinas (1998). Pós-doutorado concluído em 2009, também pela Universidade Estadual de Campinas. Pós-doutorado na Organização Mundial de Saúde (OMS) em Genebra (2010). Tem Título de Especialista em Ginecologia e Obstetrícia (TEGO) por concurso (1992). Atualmente é professora adjunta doutora da Universidade Federal de Campina Grande (PB) e professora da pós-graduação (mestrado e doutorado) do Instituto de Medicina Integral Prof. Fernando Figueira (IMIP - Recife/PE). Ensina Ginecologia e Obstetrícia na graduação, é coordenadora do Internato Médico de Ginecologia e ministra as disciplinas "Elaboração de Projetos de Pesquisa", "Informática Aplicada à Saúde", "Epi-Info: Curso Avançado" e "Saúde Baseada em Evidências" na pós-graduação. Atua como consultora técnico-científica em Saúde Materno-Infantil no Instituto de Saúde Elpídio de Almeida (ISEA) em Campina Grande - PB, onde coordena a Unidade de Gravidez de Alto-Risco. Também é Coordenadora do Comitê Municipal de Morte Materna de Campina Grande. Tem 36 orientações de mestrado e oito orientações de doutorado concluídas. Orienta atualmente quatro dissertações de mestrado e 10 de doutorado. Orientou 32 alunos de Iniciação Científica e tem mais quatro orientações em curso. Participou de diversas bancas de mestrado e concursos para professor universitário. Faz parte dos Comitês Especializados da FEBRASGO (Federação Brasileira das Sociedades de Ginecologia e Obstetrícia) de "Medicina Baseada em Evidências" e "Gestação de Alto-Risco". Também é membro da REHUNA (Rede de Humanização do Nascimento) no Brasil e Presidente de Honra do IPESQ (Instituto Paraibano de Pesquisa Prof. Joaquim Amorim Neto). Atua na área de Saúde Materno-Infantil, com ênfase em suas linhas de pesquisa: Medicina Baseada em Evidências, Humanização do Parto e Nascimento, Hipertensão e Gravidez, Gestação de Alto-Risco, Medicina Fetal, Mortalidade Materna e Cirurgia Ginecológica. Atuou como plantonista e preceptora da Residência Médica do IMIP entre 1992 e 2007, nos últimos cinco anos concentrando-se na área de Terapia Intensiva em Obstetrícia. Participa de três grupos de pesquisa cadastrados no CNPq, coordenando o "Grupo de Estudos em Saúde da Mulher" (UFCG). Tem 161 publicações completas e 10 artigos aceitos para publicação em periódicos nacionais e internacionais, além de diversos trabalhos apresentados em congressos. É autora de seis livros e 24 capítulos de livros. Faz parte do corpo de revisores da Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (RBGO) e da FEMINA, além de atuar como parecerista ad hoc de várias revistas internacionais. Desde 2009 é pesquisadora associada do Grupo de Gravidez e Nascimento da Biblioteca Cochrane.








sábado, 8 de outubro de 2011

A dor do Parto


Existem dores e dores





Sobre dor, pode-se dizer que existem diferentes tipos de dor. Existe a dor física, desde um certo incômodo, como por exemplo fazer depilação dos pelos ( sempre que estou na depilação com cera penso: ah! Se todas as dores do mundo fossem assim, que maravilha!! Só arde um pouco e passa imediatamente!!rs).




Existem as dores lancinantes, diretamente no nervo, como aquela dor aguda quando o dentista utiliza o instrumento de perfuração no dente, dor que parece um choque, que percorre o corpo todo. Este tipo de dor, eu particularmente não suporto, peço por anestesia antes mesmo de sentar-me na cadeira. Existe a dor da morte, da perda, creio que é uma das piores dores. Coisa que a gente não quer sentir mesmo. Dói na alma.



Existem as dores emocionais, a dor do abandono e solidão, a depressão. Existe a dor de parir. A meu ver, a dor de parir é grande, intensa. Sim, dói demais. No entanto, é uma dor de nascimento, dor de vida. Não sei se o termo dor seria o mais apropriado. Talvez contrações do parto, contrações fortes, ondas que vêm e vão. Ondas que se intensificam e de repente, vão embora, como num passe de mágica e viram um bebê lindo. Mamando no peito.



Por isso, é necessário fazer esta diferenciação: a dor da doença, que pode ser insuportável com a possibilidade de optar por meios de anestesiá-la, até que se encontre a cura. E a dor do parto, que é diferente. Ela não tira nossas forças, ela dá forças. A força da superação dos limites. É uma dor, apesar de intensa, suportável a medida que estamos BEM AMPARADOS.





Dor significa sofrimento?




O apoio e amparo é fundamental para a mulher no momento de lidar com as contrações. Assim a dor não se torna sofrida. Pois a dor, sim ela é inevitável, a contração virá de qualquer maneira. Por outro lado, o sofrimento não. Ele não é necessário e é totalmente evitável.



O sofrimento ocorre quando não sentimos amparados e seguras, não conseguimos lidar com a dor de forma positiva. Encaramos a dor como inimiga e aí sofremos. A dor é um sinalizador, um aliado, que indica que algo diferente está acontecendo. A dor vira sofrimento quando temos uma atitude negativa em relação a ela.

Por experiência própria e pessoal digo que quando lutamos contra a dor, resistimos as contrações, o trabalho de parto pode até estacionar. Quando não queremos sentir as ondas, pode haver parada de progresso, lutamos contra a natureza, resistimos e a sensação de dor se torna ainda maior.

Existem diversos métodos não farmacológicos de alivio da dor. Massagens, aromas, chás, florais e um dos métodos mais eficazes para alivio da dor: a água. A água usada como numa banheira, ofurô ou mesmo piscina plástica para imersão ou utilização de banho morno no chuveiro.


Apoio, carinho do companheiro, palavras de encorajamento também são de grande importância e efetividade.


O apoio emocional tem incrível poder de aliviar a dor, funciona como um bálsamo de alívio das tensões, medos e stress, podendo a mulher assim se sentir mais confiante e forte para lidar com as sensações.



A entrega e a natureza feminina



Quando digo sobre a necessidade de se entregar a dor, não significa entregar no sentido de dar os pontos, desistir de tentar.



A entrega para a dor significa encará-la de frente,enfrentando o medo, aceita-la e senti-la em sua plenitude. Dar boas –vindas a cada contração, cada onda.





Obviamente ninguém gosta de sentir dor. Somos acostumados desde cedo a tratá-la como algo ruim, algo que queremos que passe logo. Por isso a necessidade de diferenciar a dor do parto de outras dores.




As contrações de vida, os apertões, pressão acontecem no nosso dia-a-dia. São nossas provações, nossos ritos de passagem, momento em que nos transformamos em um novo ser. E este instante do nascimento é um dos ritos de passagem mais fortes para mulher, pois ela deixa de ser filha para tornar-se mãe. Assume um novo e grandioso papel em sua vida. Assim é com nossas dores diárias, nossas contrações diárias.




À medida que aceitamos, deixamos fluir sem resistência, o nascimento acontece com fluidez, tranquilamente. Como aquela antiga metáfora que fala sobre se entregar as águas do rio e deixar que ele te leve. Ao invés de tentar lutar contra a correnteza e se machucar entre galhos e pedras.



Singularidades


Existe também o fato de que cada mulher sente as dores de maneira diferente. Existem mulheres que não sentem absolutamente nada além de algumas cólicas. Há o fator de que cada mulher, com seu histórico de vida, tem seu próprio nível de tolerância a dor.



À doula, cabe estar atenta aos sinais da mulher, escutando com olhos e ouvidos intuitivos, sobretudo com o coração. Estabelecer vínculo de confiança para que o casal, a família se sinta bem e confortável. Sobretudo segura de sua força e capacidade de parir.



Por fim, a dor do parto existe, assim como existem nossas lutas diárias. É difícil, sim, como as vezes enfrentamos situações que nos exigem fisicamente. E sim, nos sentimos ótimas quando enfrentamos nossos medos, quando damos a cara, quando arregaçamos as mangas e vamos a luta, ao trabalho, ao trabalho de parto.






Nascimento e Renascimento




Que venha o dia, a hora, o dia do “trabalho” do nascimento, que seja bem-vindo, que traga nosso filho em seu momento ideal. Afinal somos mulheres guerreiras por natureza, enfrentamos lutas por nossos direitos, nossos espaços e esta é uma de nossas maiores batalhas, pois ela é travada no intimo do ser. É uma batalha interna, onde encaramos nossos medos, ansiedades, preocupações, paradigmas e tabus. É um olhar sensível no espelho. Colocar-se no colo, respirar fundo e decidir encarar. A partir do momento que decidimos que sim, que desejamos enfrentar nosso medo da dor. Com garra e vontade, a parceria, a ajuda, o apoio emocional vem. Não estamos sozinhas. Temos toda uma legião de mulheres a nossa volta. Temos nossas ancestrais, todas as mulheres da humanidade estão conosco neste momento. A natureza, o feminino. Estamos juntas.


Además que o parto também pode ser..... orgásmico...mas isto é assunto para outro post.






Texto por Fabiana Higa











terça-feira, 27 de setembro de 2011

Aconteceu, virou história! Encontro espaço Bem Gestar- 01 de Outubro, não percam!!

Pessoal, é neste sábado!
Falaremos sobre PLANO de PARTO!
Assim como nos preparamos para os eventos importantes da nossa vida como: faculdade, casamento, aniversário.....podemos também ter um planejamento, estratégias para o momento de nascimento dos nossos filhos!
Assunto importantíssimo!!
Até lá!

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Recomendações OMS


OMS- Organização Mundial da Saúde

Estas recomendações da OMS para o Parto Normal estão publicadas em vários sites e blogs na internet.
Como foram os tópicos iniciais da nossa conversa, posto aqui  caso precisem de uma consulta rápida, ou para relembrar ou para pesquisar no momento de fazer o Plano de Parto...

A) Condutas que são claramente úteis e que deveriam ser encorajadas
  1. Plano individual determinando onde e por quem o parto será realizado, feito em conjunto com a mulher durante a gestação, e comunicado a seu marido/ companheiro e, se aplicável, a sua família.
  2. Avaliar os fatores de risco da gravidez durante o cuidado pré-natal, reavaliado a cada contato com o sistema de saúde e no momento do primeiro contato com o prestador de serviços durante o trabalho de parto e parto. 
  3. Monitorar o bem-estar físico e emocional da mulher ao longo do trabalho de parto e parto, assim como ao término do processo do nascimento. 
  4. Oferecer líquidos por via oral durante o trabalho de parto e parto. 
  5. Respeitar a escolha da mãe sobre o local do parto, após ter recebido informações. 
  6. Fornecimento de assistência obstétrica no nível mais periférico onde o parto for viável e seguro e onde a mulher se sentir segura e confiante. 
  7. Respeito ao direito da mulher à privacidade no local do parto. 
  8. Apoio empático pelos prestadores de serviço durante o trabalho de parto e parto. 
  9. Respeitar a escolha da mulher quanto ao acompanhante durante o trabalho de parto e parto. 
  10. Oferecer às mulheres todas as informações e explicações  que desejarem. 
  11. Não utilizar métodos invasivos nem métodos farmacológicos para alívio da dor durante o trabalho de parto e parto e sim métodos como massagem e técnicas de relaxamento. 
  12. Fazer monitorização fetal com ausculta intermitente. 
  13. Usar materiais descartáveis ou realizar desinfeção apropriada de materiais reutilizáveis ao longo do trabalho de parto e parto. 
  14. Usar luvas no exame vaginal, durante o nascimento do bebê e na dequitação da placenta. 
  15.  Liberdade de posição e movimento durante o trabalho do parto. 
  16. Estímulo a posições não supinas (deitadas) durante o trabalho de parto e parto. 
  17. Monitorar cuidadosamente o progresso do trabalho do parto, por exemplo pelo uso do partograma da OMS. 
  18. Utilizar ocitocina profilática na terceira fase do trabalho de parto em mulheres com um risco de hemorragia pós-parto, ou que correm perigo em consequência de uma pequena perda de sangue. 
  19. Esterilizar adequadamente o corte do cordão. 
  20. Prevenir hipotermia do bebê. 
  21. Realizar precocemente contato pele a pele, entre mãe e filho, dando apoio ao início da amamentação na primeira hora do pós-parto, conforme diretrizes da OMS sobre o aleitamento materno. 
  22. Examinar rotineiramente a placenta e as membranas.
 

B) Condutas claramente prejudiciais ou ineficazes e que deveriam ser eliminadas
  1. Uso rotineiro de enema. 
  2. Uso rotineiro de raspagem dos pelos púbicos. 
  3. Infusão intravenosa rotineira em trabalho de parto. 
  4. Inserção profilática rotineira de cânula intravenosa. 
  5. Uso rotineiro da posição supina durante o trabalho de parto. 
  6. Exame retal. 
  7. Uso de pelvimetria radiográfica. 
  8. Administração de ocitócicos a qualquer hora antes do parto de tal modo que o efeito delas não possa ser controlado. 
  9. Uso rotineiro da posição de litotomia com ou sem estribos durante o trabalho de parto e parto. 
  10. Esforços de puxo prolongados e dirigidos (manobra de Valsalva) durante o período expulsivo. 
  11. Massagens ou distensão do períneo durante o parto. 
  12. Uso de tabletes orais de ergometrina na dequitação para prevenir ou controlar hemorragias. 
  13. Uso rotineiro de ergometrina parenteral na dequitação. 
  14. Lavagem rotineira do útero depois do parto. 
  15. Revisão rotineira (exploração manual) do útero depois do parto.
C) Condutas freqüentemente utilizadas de forma inapropriadas 
  1. Método não farmacológico de alívio da dor durante o trabalho de parto, como ervas, imersão em água e estimulação nervosa.
  2. Uso rotineiro de amniotomia precoce (romper a bolsa d’água) durante o início do trabalho de parto. 
  3. Pressão no fundo uterino durante o trabalho de parto e parto. 
  4. Manobras relacionadas à proteção ao períneo e ao manejo do polo cefálico no momento do parto. 
  5. Manipulação ativa do feto no momento de nascimento. 
  6. Utilização de ocitocina rotineira, tração controlada do cordão ou combinação de ambas durante a dequitação. 
  7. Clampeamento precoce do cordão umbilical. 
  8. Estimulação do mamilo para aumentar contrações uterinas durante a dequitação.
 
D)  Condutas freqüentemente utilizadas de modo inadequado 
 
  1. Restrição de comida e líquidos durante o trabalho de parto. 
  2. Controle da dor por agentes sistêmicos. 
  3. Controle da dor através de analgesia peridural. 
  4. Monitoramento eletrônico fetal . 
  5. Utilização de máscaras e aventais estéreis durante o atendimento ao parto. 
  6. Exames vaginais freqüentes e repetidos especialmente por mais de um prestador de serviços. 
  7. Correção da dinâmica com a utilização de ocitocina. 
  8. Transferência rotineira da parturiente para outra sala no início do segundo estágio do trabalho de parto. 
  9. Cateterização da bexiga. 
  10. Estímulo para o puxo quando se diagnostica dilatação cervical completa ou quase completa, antes que a própria mulher sinta o puxo involuntário. 
  11. Adesão rígida a uma duração estipulada do segundo estágio do trabalho de parto, como por exemplo uma hora, se as condições maternas e do feto forem boas e se houver progresso do trabalho de parto. 
  12. Parto operatório (cesariana). 
  13. Uso liberal ou rotineiro de episiotomia. 
  14. Exploração manual do útero depois do parto.

Essa tabela de recomendações é a "parte 5" do 
Manual de Parto Humanizado do Projeto Luz - JICA 

Texto sobre Cesárea


Cláudia Rodrigues é jornalista, terapeuta, mãe. Uma mulher ímpar, com sensibilidade na alma para nos falar a respeito de gravidez, parto, amamentação, simbioses, educação, filhos, familias e feminismos; tudo isso, de uma maneira consciente, humana e ativa.

Postarei alguns textos dela e também colocarei um link para seu blog:
buenaleche-buenaleche.blogspot.com



As mulheres têm direito a pedir cesariana?

Cláudia Rodrigues
Embora a mídia convencional não entre nessa questão, até porque no Brasil é um costume fazer acordos com médicos para eleger uma data de nascimento; nas redes de relacionamento é um assunto quente, que envolve argumentos contundentes. De um lado estão as jovens militantes pela humanização do parto e do nascimento, de outro uma geração que acompanhou de perto os movimentos feministas e o direito da mulher de ser dona do próprio corpo. No meio uma massa de mulheres que segue a tendência cultural dos últimos anos: entregar a responsabilidade sobre o nascimento dos filhos aos médicos, linhas de montagens hospitalares e interesses do mercado.
O nó entre os argumentos acaba esbarrando na questão da legalização do aborto, um dos direitos conquistados pelas feministas em muitos países desde a década de 1960. Elas acusam as jovens militantes atuais de estarem dando ré em direitos que sequer ainda foram conquistados no Brasil. Usam como fio condutor o papel machista da diferenciação entre gêneros pela medicina, que é fato histórico, abominando os argumentos recentes de uma aceitação, sobre novas premissas, da diferenciação entre os corpos masculinos e femininos como fundamental para rever perdas também históricas.
O movimento pelo direito de parir, amamentar e ter mais qualidade e tempo para cuidar dos filhos, está balizado na retomada de um corpo feminino que foi violado pelos excessos tecnicistas e pelo mesmo machismo, que se um dia condenou as mulheres à falta de direitos iguais, hoje impossibilita ou dificulta a vivência plena da maternidade como algo prazeroso ligado diretamente à saúde do corpo feminino, diferente do masculino e com necessidades outras.
O que essas novas militantes feministas debatem em grupos de apoio e ONGs é o direito de escolha a partir do conhecimento sobre o tema da maternidade, afinal durante as décadas de 1970, 1980 e 1990, as questões sobre maternidade foram consideradas menores, desimportantes no contexto do mercado de trabalho. Elas acreditam que as escolhas, tanto pela maternidade consciente baseada em evidências, quanto pela não-maternidade consciente, o direito da mulher de não querer ter filhos, migrariam para outro paradigma, inclusive mais auto-sustentável, a partir de conhecimento científico. Mais do que isso, elas buscam autoconhecimento, a redescoberta do corpo feminino como plenamente capaz de dar conta de suas funções biológicas, derrotando a construção de um corpo frágil, incapaz e encontrando uma liberdade mental pela não-necessidade da maternidade como fonte de felicidade moral para todas as mulheres.
Curiosamente, nos países em que a legalização do aborto é um fato consolidado, a cesariana a pedido da mulher, sem indicação clínica absoluta, não é uma realidade, já que a cesariana é considerada uma cirurgia de emergência para casos muito específicos que ocorrem em no máximo 15% de gestantes, segundo a Organização Mundial de Saúde.
No Brasil, país que vem desde a década de 1970 alternado com o Chile as posições de campeão e vice-campeão em altos índices de cesariana, a batalha atual das militantes pela humanização do parto e do nascimento e a discussão entre as duas correntes feministas choca-se com a postura médica brasileira tradicional e a desinformação das que seguem a conduta vigente sem qualquer questionamento sobre as interferências médicas desnecessárias, mesmo quando desejam o parto.
Enquanto na Europa as mulheres que pedem cesariana sem indicação clínica são esclarecidas pela assistência sobre os benefícios do parto natural, tanto para a mãe quanto para o bebê e eventualmente são encaminhadas para tratamento psicoterápico a fim de resolverem seus temores em relação ao parto, no Brasil o pedido costuma ser recebido com naturalidade pelos médicos. Ainda pesa sobre as brasileiras a apologia à cesariana, promovida pela assistência médica brasileira, extremamente centrada no serviço de médicos obstetras. A figura da parteira e da enfermeira obstetra, assim como o ofício de doulas, está dando os primeiros passos no Brasil e tem enfrentado o corporativismo médico. Em maio último o único curso de formação de parteiras do país, oferecido pela USP, esteve para ser fechado. Foi a militância em prol do parto ativo que conseguiu reverter o quadro.
A formação de mais cursos de obstetrícia ou de um apoio maior ao parto fisiológico assistido por enfermeiras-obstetras, respeitando o ritual familiar, seja em domicílio, casa de parto ou maternidades, é apontada como uma saída digna pelas mulheres que estão aí para resgatar não um passado machista, dominado pelo mercado, mas uma sabedoria ancestral que foi perdida pelas invasões culturais e tecnocráticas. Naturalmente que o resgate de uma sabedoria ancestral, hoje vem com agregações modernas, com muito mais segurança e com uma preocupação muito focada no bem-estar da mãe e do bebê.
A cesariana apresenta maiores riscos a cada gestação para a mulher, assim que uma mulher que tiver tido uma primeira cesariana, estará correndo menos riscos se no segundo filho tentar o parto natural não medicalizado.
Quando eletiva, marcada antes de qualquer sinal iminente de parto, ela está associada a riscos de nascimentos prematuros e problemas cardiorrespiratórios nos bebês.
Diante das evidências de que a cesariana eletiva acarreta problemas para o bebê que a mulher escolheu ter, fica difícil digerir o argumento de que escolher uma cesariana eletiva, potencialmente um parto prematuro com todas as suas eventuais implicações, seria um direito sobre o próprio corpo. Naturalmente não dá para comparar o direito de escolher não engravidar, de não gestar e não ter filhos com o direito de submeter o filho que se escolheu ter a um começo tão duvidoso para sua saúde.
O feminismo sempre foi um movimento de pensadoras, é por isso que se pode afirmar com veemência que a militância pela humanização do parto e do nascimento é um movimento feminista que chega fazendo releituras do próprio feminismo.
Cláudia Rodrigues é jornalista, terapeuta reichiana, autora de Bebês de Mamães mais que Perfeitas, 2008 (Centauro Editora). Blog: http://buenaleche-buenaleche.blogspot.com

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Virou História! Gratidão e honra no nascimento do espaço Bem Gestar

Olá a todas! Nosso primeiro encontro foi marcado por grande alegria e honra.
Nos sentimos imensamente gratas ao espaço e as pessoas que nos acolheram de forma tão receptiva e amorosa.
Foi no Jardim de Infância Augusto Maynard, em meio ao Projeto que lá acontece aos sábados chamado Curtindo o Coração ( ação voluntária destinada a educação das crianças em valores humanos).
Em meio a esta energia de amor, disposição, doação e carinho, encontramos nossa sala praticamente pronta.
O pequeno grande Natã, de 11 anos foi quem ajudou a " focar" o data show. E Michael, da escola, se prontificou a ajudar com extensões imediatamente. Estou contando nestes detalhes, pois tudo fluiu de maneira muito natural e " conduzida"!
As "tias" do Curtindo o Coração estavam com todo seu apoio e amorosidade conectadas e também felizes com o nosso início.
A energia em volta era de imenso respeito.

Já dentro da sala, a discussão fluiu entre dados técnicos sobre as recomendações da OMS para o Parto Normal e relato de experiências das participantes.

Rachel, gestante no nono mês de Lorena, nos contou sobre sua experiência dos dois partos anteriores, um normal hospitalar e outro domiciliar.
Silvinha também deu seu relato sobre o nascimento de Inca.
Ambas doulas e ativistas do parto humanizado na cidade, nos deram também retratos da realidade do atendimento nas maternidades da cidade.

 A conversa fluiu de acordo com as dúvidas, as perguntas sendo esclarecidas. Falamos das nossas ansiedades, preocupações, também rimos, desfrutamos e por fim, nos emocionamos com o lindo vídeo do parto de Naolí. Uma linda história de nascimento natural, tranquilo, com o respeito sagrado como todo nascimento humano deve ser.

Todo início gera expectativas, como num trabalho de parto e nascimento. Assim nosso grupo nasceu: de forma tranquila, natural, acolhedora, num dia úmido e fresco, às vésperas da primavera. Não podíamos estar em hora e local melhores. Esperamos de coração que este grupo traga bons frutos, e que mães e bebês possam cada vez mais desfrutar de um nascimento digno, de respeito e amor. No seu tempo, na sua hora.


Aguardamos nosso próximo encontro que será no dia 01 de Outubro! As 9 hs da manhã.


Até lá!

domingo, 11 de setembro de 2011

Aconteceu e Virou História! Encontros de gestantes aos sábados

ATENÇÃO!!! Convite as gestantes de Aracaju!



O objetivo do grupo é reunir gestantes ou casais grávidos que desejam se informar a respeito de temas relacionados aos cuidados na gestação, preparação para o parto, parto e amamentação.
É um espaço para esclarecer dúvidas, trocar experiências e formar uma rede de apoio emocional.
Além das gestantes e seus acompanhantes, os encontros direcionam-se também a profissionais da área da saúde como médicos, enfermeiras, doulas, fisioterapeutas, etc.
As reuniões são gratuitas e acontecem no primeiro e terceiro sábado de cada mês, com início as 9hs da manhã


O Parto Humanizado

O termo “parto humanizado”, que vemos cada vez mais recorrentes nas mídias, traz questionamentos sobre o  cenário de nascimento atual, como o percebemos e vivenciamos no dia-a-dia, nos núcleos familiares e sociedade.

Observamos  a busca das mulheres por conhecimento e informações a respeito da gestação e parto, de forma a estarem com papel ativo neste momento.
Os canais com informações se extendem desde livros, artigos e vasto conteúdo na internet.

Humanização do parto começa nesta direção. A direção de buscar, se informar. O desejo de saber o que e o porquê de cada acontecimento que envolve a gestação e nascimento do bebê.




Humanizar enfim, é trazer para as mãos e coração das mulheres, o direito de protagonizar seus partos. O direito de escolher. Decidir sua posição, mobilidade, iluminação do ambiente, possibilidade de parto n’água, escolher  quem  a acompanhará, quais procedimentos que serão realizados. É ter o direito de ser bem atendida e amamentar na primeira hora de vida do bebê.



HUMANIZAR é também proporcionar  a mulher,  a liberdade de expressasr sobre seus sentimentos.  A chance de ela enfrentar seus medos e ansiedades, com amparo e cuidados próximos. E não simplesmente mascarar um medo. 
É  uma grande oportunidade de  crescer como mulher, neste evento que é o ápice de sua feminilidade.  O Parto pode ser um evento prazeroso, sensual, natural do corpo, fisiológico, encantador....afinal de contas...estamos falando da magia do nosso corpo gerando uma vida, o milagre de dar a um novo bebe nossa luz e nosso amor de mãe/pai.